13 de agosto de 2005

António Ferreira, de novo ameaçado de morte


Há menos de um mês atrás, António Ferreira de Jesus por intermédio de alguns companheiros de Vale de Judeus, ficou a
saber que existiam já alguns elementos na prisão incumbidos do seu assassinato. Essa encomenda seria executada por um toxicodependente em troca de algumas gramas pagas por certos interessados prisionais.
No passado domingo (dia 6 de Agosto de 2005), António Ferreira foi novamente avisado de que esta "encomenda seria definitivamente entregue", desta vez por carcereiros.
Quanto mais isolamento, mais sobem as perspectivas de esta ameaça se tornar real. É mais que óbvio o interesse que a máfia prisional tem no silenciamento de António Ferreira. Ele para além de não se calar perante as injustiças prisionais é uma pessoa que informa os presos acerca dos seus direitos e garantias, como se de um advogado prisional se tratasse. Tem ajudado a montar o puzzele acerca de como funciona este estado dentro do estado e quem são os seus senhores, protegidos e priviligeados, assim como os negócios obscuros e amigos que mantêm cá fora. O tamanho da rede mafiosa em que se apanham as prisões é sustida pelo tráfico de influências, de droga, de objectos proibidos dentro das prisões, etc..Nela existe toda uma parafernália de agentes que funcionam como engrenagens e rodas dentadas de um motor; de juízes a policias, de directores a carcereiros, todos cabem num tacho que transpira a verdadeira podridão e funcionamento deste sistema.
Cabe-nos a nós demonstrar uma verdadeira solidariedade com quem denuncia, indignação e revolta permanentemente contra esta forma de fazer justiça.
O António vê constantemente os seus telefonemas ou visitas recusadas, e mesmo a sua pena ninguém sabe quanto tempo falta cumprir. Condenam-no a uma autêntica prisão perpétua, sem a possibilidade de comutação ou acúmulo jurídico (apesar de lhe poderem adicionar anos por reincidência). Embora tenha atingido já os cinco sextos da pena são-lhe negadas saídas precárias, liberdade condicional ou uma possível transferência para outra prisão. Será porque preferem mantê-lo a jeito até manipularem mais um toxicodependente que a troco de mais umas gramas de heroina o possa matar? Não é o que está já a acontecer?
No ano passado acendeu-se uma chama de informação, solidariedade e acções constantes que denunciaram todo o caso de António Ferreira, principalmente porque este sofria de ameaças iguais. Um ano volvido as ameaças surgem de novo. Num periodo de ferias, onde o país para. Mesmo se algo acontece, existe tempo suficiente até tudo voltar a funcionar (?) para que se varra um possível "acidente" para debaixo da burocracia e da lentidão dos tribunais.
É hora de reiniciarmos o que deixamos parado com a campanha pela libertação de António Ferreira. Pois para além dele ainda não estar cá fora, está no entanto mais próximo da morte de que da vida.
Escrevam para:
António Ferreira
nº351, E.P. de Vale de Judeus
2065 Alcoentre
Ou para a Direcção Geral dos Serviços Prisionais
girp@dgsp.mj.pt fax:218853653
Visitem:
Informem-se do seu caso e do que tod@s podemos fazer para mostrar a nossa indignação.
Foi de novo retomado o envio de e-mails às quintas e possívelmente serão retomadas as concentrações , também no mesmo dia da semana como forma de protesto. Outras acções serão também efectuadas.