15 de março de 2013

JORNADAS DA SODA CÁUSTICA 13 A 17 DE MARÇO


15 de Março (sexta).
Conversa: Não importa se é possível, a revolução é necessária.
Por Félix Rodrigo Mora.

Mesmo entre as correntes teóricas radicais, predomina um paradigma romantizado da revolução possível. O  possibilismo como raiz conceptual de uma ideia transformadora da realidade tende a definir o seu programa de acordo com os limites  da realidade dada, caindo frequentemente em teses reformistas ou salvacionistas. O domínio do possível pode ser tanto o substrato do milagre de Fátima quanto a chama que tantas vezes alimenta as utopias românticas. O possível é aquilo que atiramos para os amanhãs. É o infinito, a metafísica, enquanto ''comemos chocolates'' e os políticos, padres e polícias, nos tratam da saúde, pois todas as religiões ''não ensinam mais que a confeitaria'' (Pessoa).
Ao conceito de ''omnidade do possível'' de G. Bataille, só é possível contrapor a insubordinação ao infinito (dos possíveis) e a recusa indefinida a toda a determinação. '' É preciso aceitar ser finito: estar aqui e em nenhum outro lugar, fazer isto e não outra coisa, agora e não sempre, ou nunca; ter apenas esta vida'' (André Gorz).
A crítica ao possibilismo do pensamento político é por extensão uma crítica que atinge a crise da esquerda, denuncia a sua cultura parlamentar e flagra a sua descrença numa transformação real e radical dos valores e das instituições sociais.
Félix R. Mora é uma das poucas vozes conhecidas que defende um processo revolucionário não enquanto possibilidade, mas como necessidade. Se o que é possível pode ser inevitável, o que é necessário não se pode evitar.
O autor de Crisis Y Utopia En El Siglo XXI (Maldecap, 2010) vê a profunda mudança social por meio da adopção da prática revolucionária, como via necessária para atingir objetivos de emancipação e de autonomia e como forma de reverter o atual desastre ecológico.

00 h Perfomance poética: Quando a cabeça explode
Sem chefes não há rebanhos e isto é uma grande catástrofe.
Por Júlio Henriques e Nuno Pinto.